terça-feira, 20 de abril de 2010

Colar de pérolas al-Andaluz - Reinado taifa século XI

Palácio de Saragoça, construído pelo rei al-Muqtadir no terceiro quartel do século XI.

 Durante o período anarquista al-Andaluz (1008 - 1031), quando o centro não mais conseguiu se sustentar, as tendências centrífugas e separatistas da Espanha se desenvolveram livremente. O poeta al-Shaqundi, recordando este processo do início do século XIII, escreveu um poema de nome ¨o rompimento do colar e a dispersão de suas pérolas¨. Poema este, referindo-se a fragilidade al-Andaluz que se fragmentou em vários estados sucessores regionais, que os historiadores entendem por reinos taifa, nome derivado da palavra árabe ta'ifa, que significa ¨facção¨ ou ¨partido¨. Era comum dos reinos taifa se situarem na cidade em que anteriormente haviam sido a capital da província, como Sevilha ou Saragoça, no período de perturbação máxima (1040), havia três dúzias desses pequenos principados. 


Os principados maiores de destaque são: Sevilha e Granada, ao sul; Badajoz, a oeste; Toledo, na região central; Valência, na costa leste; e Saragoça, a nordeste. A política da Espanha no século XI, lembra muito a Grécia pré-alexandrina, a Itália renascentista ou a Alemanha do Iluminismo, onde diversos principados estavam em constante rivalidade mútua. 

O principado taifa de Granada o nome é erroneamente designado, pois quando ele surgiu a cidade de Granada ainda não existia, a capital da província era Elvira, com nove quilômetros em direção a noroeste nas terras planas formadas por vega, as planícies dos morros  que são base da atual Granada. 
Os reis taifa herdaram a riqueza que al-Andaluz possuía sob o califado, as obras públicas durante esse período em Valência por exemplo, Abd al-Aziz ergueu muros em torno da cidade e fez construir uma ponte de pedra sobre o Rio Turia. 


Toda essa riqueza taifa permitiu a eles se dedicarem as atividades na qual eles são mais lembrados, a literatura, os conhecimentos e as artes. O mecenato era muito comum e tradicional dos príncipes, era uma forma de prestígio à sua corte. Os príncipes queriam atrair os poetas mais talentosos e os sábios mais eruditos e ter os palácios mais luxuosos com jardins elegantes. 
Vejamos uma poesia da época dos reinos taifa, em homenagem a vinda de al-Ma'mun, de Toledo, feita pelo poeta Ibn Arfa'Ra'suh.

Segure o amor com força e beba à
saúde do Possuidor da  
Dupla Glória (isto é, al-Ma'mun)
Que sustenta as terras do Oriente
e do Ocidente,
E que dá socorro aos crentes,
Descendentes de Ya-rub,
O rei altaneiro, que humilha sultãos,
Que lidera cavalgadas e é leão
dos campos de batalha,
Ele é um rei de coração mais bravo
que o leão,
Assim como seus dedos são mais generoso
que as nuvens de chuva.


Ref.Bibliográfica
FLETCHER,Richard.The Quest for El Cid.São Paulo:Unesp,2002.
Fonte inconográfica
http://www.caminhodesantiago.com/walter_jorge/img/graal_valencia_4.jpg

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