sexta-feira, 11 de junho de 2010

Mulheres cultas do Renascimento século XVI

Se os jovens das classes ricas seguiam a carreira nos estudos, as jovens, na maioria, ficava em casa. Para Burckhardt, historiador suíço, que ficou conhecido com o livro ¨A cultura do Renascimento na Itália¨, considerava a igualdade entre o homem e mulher: apesar dessa afirmação, isso não era a realidade. Alcalá, na Europa, foi a primeira cidade a fundar uma escola feminina no início do século XVI, acontecimento de vanguarda, mas somente em Avinhão as Ursulinas depois de algum tempo, inaugurou-se outro colégio para meninas com língua francesa. Só no século XVII, que as moças puderam receber conhecimentos fora de suas casas, isso se deve às Ursulinas e às Visitandinas, tornando-se um acontecimento de grande importância social. No entanto, no século XVI as mulheres com mais instrução era maior, até mais do que qualquer outra época anterior.

As mulheres da elite que foram educadas dentro de sua família, se assim desejassem, poderiam ter instrução e adquirir tanto sentido artístico igualmente aos dos homens. As filhas de Thomas More e as irmãs de Pirckheimer, humanista e matemático de Nuremberga, eram consideradas as mulheres mais sábias da época e até entendiam em Grego. A esposa de Robert Estienne, o impressor, Perrete Bade, era versada na língua latina e auxiliava seu marido na correção de provas. Vittoria Colonna, a marquesa de Pesquera, de quem Miguel Ângelo à recitava, foi muito talentosa na arte da poesia. Margarida de Navarra, entendia o italiano, o espanhol e o latim. Foi através de Margarida, que despertou interesse na França pela filosofia de Platão, e seu gosto intelectual permaneceu até o fim de seus dias. Era escritora de grande notabilidade e fazia questão de dar proteção aos letrados, foi uma mulher de erudição.

Havia vários relatos que a elite feminina tinha acesso à cultura, dando conta do interesse existente. É claro que, numa época em que a Europa estava em fase de transformações profundas, as mulheres foram se destacando cada vez mais na sociedade e até a forma dos acontecimentos que surgiram mais do que na Idade Média clássica. Por exemplo, Joana d'Arc, mudou o curso da situação militar que era desesperadora e conduziu a França à sua sorte que lhe era devida. 


Isabel, a Católica, absoluta autoritária, proibiu seu marido de governar Castela. Catarina de Médicis foi importantíssima na história francesa entre a morte de Henrique II (1559) e a de Carlos IX (1574). Seu nome ficou ligado ao horrível episódio do massacre da noite de São Bartolomeu. Isabel I, princesa erudita, reinou durante quarenta e cinco anos a Inglaterra e deixou desenvolver-se uma personalidade marcante e admirável que perdurou à sua morte. Isabel não era somente ligada à política no seu país, era também líder religiosa e foi ela quem fez definir as bases do anglicanismo. Toda essa nova corrente humanista, a posição que a mulher adquiriu na sociedade na época do Renascimento, os obstáculos econômicos, culturais e intelectuais que lhes colocavam, nos dão entendimento do que é a sociedade atual. 

Bibliografia
DELUMEAU,Jean.A Civilização do Renascimento.São Paulo:Edições70,S.d.2001.
Fonte iconográfica